
Instituto Inhotim, um museu diferente de tudo.
O Instituto Inhotim, também conhecido como Museu de Inhotim, é um dos locais mais bonitos de todo Brasil, abrigando algumas das obras mais valorizadas e reconhecidas do país. Um lugar de arquitetura única e diferente de muitos outros, considerado o maior museu público a céu aberto do mundo.
O Instituto Inhotim fica no interior de Minas Gerais, no município de Brumadinho, que possuí trinta e oito mil habitantes e fica cerca de uma hora e meia da capital mineira Belo Horizonte. Contudo, recentemente a cidade virou destaque no mundo pelo incidente do rompimento de uma barragem de rejeitos da empresa Vale. Desastre esse que felizmente não atingiu o Museu de Inhotim.
Por que o Instituto Inhotim é tão especial?
Inhotim é um ambiente que está sempre mudando, um lugar especial onde a arte criada pelos humanos e pela natureza se encontram. Um lugar onde essas energias se misturam, criando local conhecido por renovar as energias de seus visitantes.
Esse ambiente, elaborado junto com um dos maiores paisagistas brasileiros, Roberto Burle Marx, une espécies vegetais raras de preservação ambiental, abrangendo uma coleção de espécies naturais não encontradas em outro local do país.



Breve história do Instituto Inhotim
O Instituto Inhotim foi aberto ao público no final de 2004, servindo como uma forma de experimento. Primeiramente visitado por pessoas das regiões próximas, como forma de encontrar a melhor maneira de todos os visitantes estarem em um lugar lindo e seguro. Queriam também garantir que os visitantes conseguissem acompanhar todas as lindas obras disponibilizadas no instituto.
Após algumas mudanças estruturais, ele foi aberto para todos no final do ano de 2006. Ao entrar no Museu de Inhotim, os visitantes aprendem sobre a importância do parque para a preservação dos itens do acervo natural. Hoje, o instituto conta com diversos exemplares naturais de vários cantos do mundo.
Tendo como objetivo inicial também abrigar uma vasta e valiosa coleção de arte do empresário Bernardo Paz, que incluía obras de artistas renomados, como Di Cavalcanti e também Portinari. Com o tempo o instituto ganhou muita força e foi se desenvolvendo para abrigar novas obras, algumas produzidas especialmente para o museu.



Obras de arte do Instituto Inhotim
O acervo do instituto é composto por cerca de 1200 obras de 85 artistas nacionais e internacionais, incluindo nomes como Adriana Varejão, Helio Oiticica, Cildo Meireles, Chris Burden, Matthew Barney, Doug Aitken e Janet Cardiff. Contudo, diferente de outros museus, Inhotim oferece aos artistas condições de expor seus trabalhos em um espaço verdadeiramente único, enorme, onde todos os pontos da natureza se encontram.
E esse espaço foi estruturado para garantir uma experiência diferente de outros lugares, rompendo com as formas convencionais de se visitar um museu. Dessa forma é possível fundir as obras de arte com a natureza em circuitos ambientais, permitindo ao visitante uma experiência sensorial impossível em outros museus. Como exemplo posso citar ouvir o som da água, dos pássaros, sentir o vento e o sol no seu rosto, as árvores e mais. E isso não é apenas parte do ambiente, mas também faz parte das obras de arte do instituto.
Os jardins são exuberantes e integrados à paisagem: caminhos, escadas, pátios e formações rochosas de quartzo naturais se conectam a lagos, instalações de arte, galerias, obras a céu aberto e interativas.
O museu também oferece belos restaurantes situados em locais extraordinários, um programa sazonal de apresentações e eventos, e lojas de design maravilhosas.
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Planejando a visita ao Instituto Inhotim
Agora é melhor ter em mente que independente do seu roteiro, é quase certo que uma visita não será suficiente para explorar as obras de Inhotim em sua totalidade. Isso sem falar na natureza e no Jardim Botânico de lá, que contém cerca de 5.000 espécies de plantas.
Então, caso o seu objetivo seja conhecer todo o Instituto Inhotim, separe dois dias no seu roteiro. No primeiro, vá pela rota laranja e no segundo dia pelas rotas amarela e rosa. Dessa forma você poderá conhecer todas as galerias e aproveitar cada cantinho de Inhotim. E não se esqueça de fazer algumas paradas para apreciar a paisagem, isso é o diferencial do museu.
Para conseguir seguir as rotas e ver as atrações não se esqueça de pegar um mapa na entrada do instituto. Lá estão disponíveis os panfletos que vão te ajudar muito se estiver perdido entre os jardins, galerias, obras e construções.
Reconhecida pelos moradores locais como um lugar importante por toda a sua natureza e história, o parque ainda disponibiliza para os interessados o desenvolvimento de projetos que visam educar sobre a real importância da preservação ambiental.
Para realizar todas as atividades e controle dos seus ambientes, atualmente o Instituto Inhotim é considerado pelo Governo Federal e pelo Governo do Estado de Minas Gerais como Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Isso auxilia na realização de importantes atividades desenvolvidas no local. Pois, realizar toda a manutenção do parque realmente gera um trabalho mais complicado do que muitos pensam.



Instalações do Instituto Inhotim
Agora falando um pouco mais sobre as instalações do museu, as obras estão organizadas ao longo de onze galerias, espalhadas pelos seus mais de 800 hectares. Nelas ficam abrigadas uma coleção especial de artes naturais, moldadas ao longo dos anos, juntamente com as obras criadas por grandes nomes da arte mundial.
Em sua estrutura, há três principais separações: a área Reserva Natural, que ocupa o maior espaço no instituto, abrigando todos os itens naturais presentes no parque. O Parque Tropical, onde se encontram peças naturais, obras criadas por artistas e também recebidas de outros estados e países.
Um dos pontos de destaque no paisagismo do Instituto Inhotim, é poder apreciar a maior coleção de Palmeiras em todo o mundo. Outra atração para os curiosos e amantes é o exemplar da flor asiática conhecida como flor-cadáver, a única em toda a América Latina. Ela é descrita pelos cientistas como a maior flor do mundo.
E para manter o museu sempre vivo e todos os visitantes interessados, a cada dois anos é disponibilizado ao público as novas obras. Algumas adquiridas e outras recebidas como doação. Também existem novas descobertas de espécies vegetais que se escondem dentro do enorme parque de preservação natural.
Principais obras do Instituto Inhotim
O Jardim de Narciso – Yayoi Kusama
Aproximadamente 500 esferas de aço inoxidável flutuam sobre o espelho d’água do Centro Educativo Burle Marx. Assim elas refletem, você, a água, o céu, parte do prédio, a vegetação e a paisagem ao redor. Então dependendo do clima no dia, de onde estão posicionadas as esferas na água e do ângulo que você está das esferas, elas formam desenhos únicos que provavelmente nunca vão se repetir para outras pessoas.
Eu achei isso incrível, pois um quadro, ou alguma outra obra estática sempre se mostra da mesma forma. Entretanto aqui você tem algo único, um instante da obra que só você teve a oportunidade de apreciar.



Não sei se isso foi planejado, mas pra mim faz todo sentido essa obra está bem na entrado do Instituto Inhotim. Mostrando logo que o visitante chega que ele é diferente de outros museus.
Galeria Adriana Varejão
Logo na entrada da galeria você poderá observar a Panacea phantastica (2003-2007). Nela há um conjunto de azulejos que mostram cerca de 50 tipos de plantas alucinógenas de várias partes do mundo. No local também se encontram as obras Linda do Rosário (2004) e O colecionador (2008).
A obra “Linda do Rosário” é inspirada em um episódio conhecido do desabamento do Hotel Linda do Rosário, localizado no centro do Rio de Janeiro. Nesse hotel as paredes azulejadas caíram sobre um casal num dos cômodos do prédio em 2002.
Essa obra é a primeira, e uma das mais importantes da série Charques, na qual a artista usa matéria de construção e a transforma em carne.



Esses trabalhos estão expostos de forma contemplativa em um dos pavilhões mais marcantes arquitetonicamente do instituto Inhotim.
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Sonic Pavilion – Doug Aitken
A obra ‘Sonic Pavilion’ de Doug Aitken, é um local um pouco mais afastado onde o público pode ouvir os sons da terra captados por microfones bem sensíveis e amplificados por um sofisticado sistema de som que toca em tempo real. Como em muitas outras atrações de Inhotim essa é uma experiência única, pois outros museus não teriam espaço nem o silencio necessários para abrigar um local como esse.



Esculturas de bronze – Edgard de Souza
Essas esculturas fazem parte de uma série feitas em bronze fundido, que inclui várias outras peças e foi criada pelo artista Edgard de Souza ao longo da década de 2000. Elas representam uma figura masculina nua, baseada no próprio corpo do autor. Por isso poderiam ser consideradas como autorretratos se não fosse a falta do principal elemento de identificação de um ser humano, o rosto.
Uma dica, muitas atrações em Inhotim são interativas, mas essa não. Então não entre na área de cimento e não toque nas esculturas tentando imita-las, eu e meu filho fomos tentar isso e um segurança chamou nossa atenção.



A origem da obra de arte – Marilá Dardot
Esse é uma obra muito interativa do museu, e se estiver com criança será só sucesso. O local fica um pouco escondido no final de uma colina, mas chegando lá você poderá plantar cerca de 12 tipos de espécies diferentes em alguns vasos de cerâmica que tem o formato de letras. Depois, pode levar seu vasinho com cuidado para a área externa para se juntar com as obras de outras pessoas e deixar um pouco da sua criatividade em Inhotim.
[…] A peça de Dardot é um marco inicial no interesse da artista pela linguagem escrita como matéria-prima e associa-se à sua pesquisa sobre as práticas de escrita e de leitura. O que está em jogo aqui é o conceito de obra enquanto possibilidade de realização. A imagem do “canteiro de obras” é emprestada para criar um campo de possibilidades de experimentação para o acontecimento e a construção da obra de arte. […]



Agora aqui vai outra dica, essa para você não se decepcionar. Como a produção dos vasos em forma de letra é difícil e também cara as vezes não existem peças disponíveis ou estão em quantidade reduzida. Então talvez seja interessante perguntar na entrada, e quando chegar lá e tiver vasos disponíveis tome cuidado para não quebrar e use apenas 1, isso já é bem divertido. Lembre-se que outras pessoas também querem ter a mesma experiência.
Beam drop – Chris Burden
Essa é a recriação de uma obra realizada anteriormente (1984) no Art Park, em Nova York, e destruída três anos depois. Então a obra foi refeita a céu aberto no Museu de Inhotim em 2008, depois de ter ficado no papel por mais de 20 anos.
A obra foi construída em uma ação quase “performática”, onde um guindaste ficou durante 12 horas lançando as 71 vigas de ferro que compõe a obra, de 45 metros de altura em um poça de cimento fresco. Pode parecer loucura, porém quando estava caminhando e vi a obra achei que combinou com o local e achei muito interessante andar pelas vigas e imaginar como tudo aquilo foi feito.



De lama lâmina – Matthew Barney
Da escolha do local onde está a obra, uma parte afastada da mata do centro do parque, até a forma como ela foi construída, tudo aqui reflete a preocupação com o meio ambiente do artista. Pois, a coexistência entre a área externa e o interior é elemento fundamental para entender a ideia do artista.
Do lado de fora, um cenário aparentemente inacabado, a devastação e o sublime se instauram. Já do lado de dentro, existe uma máquina de construção humana, que ergue uma escultura de uma árvore. O trator, agora desprovido de todas as suas funções normais, é transformado em uma grande escultura, que fica congelado num breve instante de instabilidade.
Essa foi uma interpretação sobre a obra que encontrei e da qual divido minha opinião. Mas o bom da arte é que ela pode atingir cada pessoa de uma forma diferente, então vá lá e tenha sua própria ideia sobre o que o artista quis demonstrar.



Obra de Olafur Eliasson
Essa obra se baseia nos princípios físicos de funcionamento do caleidoscópio, só que bem maior do que costumamos encontrar. Por isso ele gera um efeito obtido pelo reflexo da luz em seis espelhos que formam um tubo hexagonal.
O mais interessante aqui é que você pode movimentar a obra para qualquer lugar e ver tudo a sua volta através dessa nova perspectiva. Meu filho adorou e ficamos um bom tempo observando o parque e a nós mesmos.



Então não deixe de visitar esse importante Instituto, localizado no estado mineiro. Os amantes de arte moderna não adorar os itens expostos dos maiores artistas nacionais e internacionais, e os amantes da natureza não deixarão de aproveitar todas as maravilhas naturais expostas em todos os cantos do instituto.
E se você está com crianças e deseja apenas curtir um dia inteiro na natureza andando e passeando é uma ótima opção, eu me divertir muito com minha família.
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Informações úteis do Instituto Inhotim
O Instituto Inhotim funciona normalmente de terça a domingo, com horários variados para cada serviço. Agora caso vá para um evento siga a agenda do mesmo.
Confirme as informações clicando aqui
Instituto Inhotim
Fechado às segundas-feiras.
Terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30.
Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30.
Lojas no Instituto Inhotim
Fechadas às segundas-feiras.
Terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30.
Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h30.
Restaurantes no Instituto Inhotim
Fechados às segundas-feiras.
Terça a sexta-feira, das 12h às 16h.
Sábados, domingos e feriados, das 12h às 17h.
Lanchonetes no Instituto Inhotim
Fechadas às segundas-feiras.
Terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h.
Sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h.
Entrada no Instituto Inhotim
Fechado às segundas-feiras.
Terça, quinta, sexta, sábado, domingo e feriado: R$ 44,00
Quartas-feiras: entrada gratuita, exceto em feriados (Atenção: é necessário retirar os ingressos de forma antecipada)
O direito a meia entrada está disponível para idosos acima de 60 anos e crianças de 5 a 12 anos, além de estudantes e professores com comprovante. Para crianças até 5 anos e para associados do programa Amigos do Inhotim a entrada é gratuita. Mas sempre consulte o site oficial para mais informações e tirar dúvidas.



Locomoção no Instituto Inhotim
Como o local é enorme talvez você ache necessário alugar um veículo para se locomover mais fácil. Eu não fiz essa opção pois queria caminhar e apreciar melhor o parque, mas tenho que dizer que em alguns momentos senti falta de um carrinho.
Então o custo do veículo para andar no local é de R$ 30,00 por pessoa, podendo ficar com ele durante o dia todo. O carrinho está disponível de terça a sexta das 10h às 16h e durante os finais de semana e feriados das 10h às 17h.
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